terça-feira, 20 de novembro de 2007

FAZENDO A MINHA PARTE

Como podem ver, está meio difícil escrever aqui. Falta tempo. Faltam palavras. Mas principalmente, falta energia. Às vezes, sou tomado por um sentimento de prostração da alma. É uma fadiga interior tão intensa que me impede até de ler. Ou escrever.
Bem, isso é assunto para uma outra ocasião. O que me fez vencer esse tremendo cansaço e me arrastar até aqui, foi um e-mail que recebi da Riot, uma empresa de marketing viral, que está usando seu conhecimento para ajudar a divulgação do trabalho da WWF-Brasil e da campanha que a ONG está veiculando, sobre os efeitos da devastação ambiental.
Segundo o texto do e-mail, este espaço foi selecionado através de uma pesquisa da Riot, para receber esta mensagem. Pede apenas que eu ajude a divulgar a campanha e o trabalho da WWF.
O engraçado é que a pesquisa deles chegou até aqui, provavelmente por causa de dois artigos que publiquei sobre o tema: um em fevereiro e outro em junho. Nos dois, motivados justamente por pedidos de divulgação de temas sobre consciência ecológica, construo textos amargos e irônicos - quase sarcásticos - sobre a minha descrença na capacidade destas iniciativas surtirem algum efeito. Falo ali, da nossa incompetência em tomar atitudes coletivas suficientemente poderosas para mudar o rumo do desastre final que se anuncia. Na verdade, é uma espécie de desabafo. Um grito de raiva pela burrice da Humanidade, que vê a água chegando ao seu pescoço e não é capaz de fazer alguma coisa de concreto pra mudar a situação.
A WWF arrecada recursos através de mensalidades, afiliações, doações, parcerias corporativas e do licenciamento da marca. É muita gente trabalhando de graça. A campanha - totalmente realizada por trabalho voluntário - foi criada pela DM9, de Nizan Guanaes. Ninguém recebeu um centavo: produtores, criadores, animadores, redatores, ninguém. Nem os direitos de uso da trilha - "Money, Money", do filme Cabaret - foram pagos: a Warner e a Universal os cederam.
Bem, por mais que meu ceticismo reaja, argumentando que sempre há um interesse por trás desses atos - como, por exemplo, lustrar a imagem pública das empresas colaboradoras, associando sua marca a um trabalho social - o grande burro seria eu, se não reconhecesse que isso é a tal "atitude coletiva" da qual tanto duvido.
E, mais do que burro, eu seria um canalha se não me unisse a essas pessoas e tomasse uma atitude. Uma atitude coletiva.
Como disse, estou fazendo a minha parte. E continuo rezando. Mas, dessa vez, um pouco menos cético.
Assistam o filme da DM9, com o som ligado. Vale a pena.
E, se puderem, divulguem.